Nova York, 24 de março de 2006 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está preocupado com as ameaças contra o radialista peruano Rory Huaney Rodríguez na cidade de Yungay, no departamento de Áncash. Huaney afirmou que as ameaçam ocorreram em virtude da sua cobertura do julgamento de um ex-prefeito local condenado pela morte do jornalista Antonio de La Torre Echeandía em 2004.
Em entrevista ao CPJ, Huaney explicou que a situação piorou no sábado à noite. Alegou que o filho do ex-prefeito de Yungay, Amaro León, o golpeou e chutou. O jornalista informou ao CPJ que o filho do ex-prefeito, Jean Carlo León Martinez, advertiu Huaney que se não deixar de falar sobre seu pai o mataria. León pai foi condenado, em dezembro de 2005, pelo assassinato do jornalista de rádio De la Torre Echeandía.
A polícia de Huaraz, capital de Áncash, informou ao CPJ que Huaney apresentou uma queixa na segunda-feira, e que o filho de León foi chamado para interrogatório na próxima semana.
Huaney denunciou ter recebido ameaças, repetidamente, desde setembro de 2004, quando começou a informar sobre o julgamento do ex-prefeito na emissora de Yungay, Radio Órbita. Por causa das ameaças, Huaney deixou de informar sobre o julgamento em novembro de 2005 e começou a trabalhar como jornalista para a Radio Fuego em Yungay.
De la Torre, apresentador do “El Equipo de La Noticia”, na Radio Órbita, foi apunhalado até a morte em 14 de fevereiro de 2004. De la Torre era um duro crítico de Amaro León, a quem acusava de irregularidades. Em 15 de dezembro de 2005, a Corte Superior de Justiça de Áncash condenou o ex-prefeito e outros três homens pelo assassinato. Cada um foi sentenciado a 17 anos de prisão e a pagar 20.000 soles (6 mil dólares norte-americanos) à família do jornalista, a título de danos.