Capital provincial preocupada com ameaças e atentado a tiros

Nova York, 8 de fevereiro de 2006 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está muito preocupado com os incidentes ocorridos no último final de semana na cidade colombiana de Montería, capital do departamento de Córdoba, que poderiam reafirmar o clima de autocensura em uma região onde os jornalistas já trabalham em um ambiente de medo. Um jornalista investigativo fugiu da cidade no domingo, após ter recebido ameaças de morte, enquanto um locutor de rádio ferido a tiros no sábado permanece em estado crítico.

Antonio Rafael Sánchez Sánchez, um jornalista independente que colabora com o diário El Tiempo, abandonou Montería no domingo. A Defensora do Povo de Córdoba revelou detalhes das ameaças de morte durante o final de semana. Em 7 de dezembro de 2005, El Tiempo recebeu uma ligação anônima em seus escritórios de Bogotá com ameaças de morte a jornalistas da Unidade de Investigação, citando nominalmente Sánchez, informou o jornalista ao CPJ. Sánchez explicou que estava trabalhando em um artigo sobre apropriação ilegal de terras em Córdoba. Sánchez e El Tiempo prestaram queixa à polícia.

No incidente do sábado, dois homens em uma motocicleta se aproximaram do locutor Gustavo Rojas Gabalo por volta de 20h45, enquanto ele abria a porta de seu carro em frente a um supermercado local, disse ao CPJ Jorge Otero, editor do semanário Cuarta Opción, sediado em Montería. Um dos homens desceu da moto, removeu o capacete e atirou duas vezes no jornalista à queima roupa, explicou Otero. Uma bala despedaçou sua clavícula e a outra atingiu sua cabeça, informou a imprensa local.

Rojas, mais conhecido como “El Gaba”, tem um programa que está no ar há cerca de 30 anos. O popular programa diário “El Show de El Gaba“, na Rádio Panzenú, oferece música, notícias e comentários, com denúncias sobre corrupção governamental. Gabriel Gaviria, repórter da Rádio Panzenú, informou que a polícia criou uma equipe especial para investigar o caso. Segundo informes da imprensa local, a investigação busca determinar se o ataque está relacionado aos comentários de Rojas no rádio, ou a um acidente de trânsito e uma discussão em que o radialista se envolveu no sábado anterior.

“O fracasso consistente das autoridades colombianas na investigação de ataques contra jornalistas favorece o clima de autocensura em Montería e no restante do país”, afirmou a Diretora-executiva do CPJ, Ann Cooper. Em outubro, o CPJ publicou um informe especial documentando a amplitude da autocensura na Colômbia.

Para ler o informe, em espanhol, acesse: Colombia: Historias No Contadas.


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