Jornalista de Rádio sobrevive à tentativa de assassinato

Nova York, 8 de novembro de 2005 ­ Um jornalista de rádio mexicano ficou gravemente ferido por sete tiros à queima-roupa recebidos quando passeava com seu cachorro em um parque de Loma Bonita, no estado de Oaxaca. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) investiga se o ataque foi em represália por seu trabalho jornalístico.

Benjamin Fernández González, que apresenta o programa “Poder Informativo” na Radio Hit, é conhecido por suas críticas às autoridades locais. Fernández é também um ativista político, e foi presidente local do Partido de Ação Nacional (PAN) entre 1999 e 2002.

O jornalista fazia o passeio habitual com seu cão por volta das 17h30 quando dois indivíduos não identificados o interceptaram, segundo informes da imprensa local. Um deles disparou nove tiros, acertando sete no jornalista, destacaram as informações da imprensa. Os agressores escaparam em um carro branco sem placas, disse ao CPJ a filha do jornalista, Ilse Fernández.

O jornalista foi atingido no peito, abdômen, ombro e braços, informou Ilse Fernández. Acrescentou que seu pai estava fora de perigo apesar dos ferimentos que, inicialmente, foram considerados potencialmente fatais. Afirmou que Fernández não havia recebido ameaças antes do ataque e que o jornalista não sabe quem foi o responsável. Segundo Ilse Fernández, seu pai acredita que o atentado possa estar vinculado com seu trabalho na rádio.

Após uma série de violentos ataques contra jornalistas em estados do norte do país, o CPJ pediu ao presidente Vicente Fox a designação de um promotor especial para investigar delitos contra a liberdade de expressão. Em setembro, durante reunião com uma delegação do CPJ em Nova York, Fox anunciou que pediria a designação ao Procurador Geral da República, Daniel Cabeza de Vaca. De acordo com o previsto na proposta do CPJ, o procurador especial efetuaria um monitoramento das investigações realizadas pelas autoridades estaduais para determinar se um ataque representa uma violação à liberdade de expressão.

As investigações do CPJ demonstram que o norte do México, em particular a fronteira com os Estados Unidos, se converteu em uma das regiões mais perigosas para exercer o jornalismo em toda a América Latina.

“Nos meses que precedem as eleições presidenciais, é crucial que os jornalistas mexicanos possam cumprir com seu trabalho informativo sem temor a represálias”, declarou Ann Cooper, Diretora-executiva do CPJ. “Instamos as autoridades locais a realizarem uma investigação exaustiva sobre o caso, e exortamos o Presidente Fox a agilizar a iniciativa de designar um promotor especial para delitos contra a liberdade de expressão”.

FIN

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