Nova York, 18 de abril de 2005 –O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) lamenta a perda da jornalista mexicana Dolores Guadalupe García Escamilla, que cobria a área de polícia e morreu no sábado em decorrência dos ferimentos sofridos no ataque de 5 de abril, em frente à estação de rádio em que trabalhava na cidade fronteiriça de Nuevo Laredo.
García Escamilla foi hospitalizada em estado crítico logo após ser atingida por nove balas no abdômen, pélvis, braços e pernas, quando chegava ao trabalho, informou ao CPJ Roberto Gálvez Martínez, diretor de notícias da Stereo 91. A jornalista apresentava o programa “Punto Rojo” na rádio Stereo 91 XHNOE em Nuevo Laredo, uma cidade de 500 mil habitantes no estado de Tamaulipas que é assolada por uma onda de violência relacionada com o narcotráfico.
As autoridades federais anunciaram na semana passada que haviam assumido o controle da investigação. Apesar dos procuradores estaduais geralmente investigarem casos de homicídio no México, as autoridades federais podem assumir o controle do caso se encontram indícios de que a morte está vinculada com o crime organizado.
O ataque ocorreu meia hora depois de a rádio transmitir um informe de García Escamilla sobre o assassinato de um advogado de defesa de Nuevo Laredo, explicou Gálvez. Um pistoleiro não identificado aproximou-se da repórter assim que ela estacionou seu veículo em frente à rádio na manhã de 5 de abril, e disparou pelo menos 14 vezes, informou a imprensa mexicana.
García Escamilla, uma experiente repórter que trabalhou para vários meios de comunicação na cidade, cobria a área policial para a Stereo 91 desde 2001, disse Gálvez. O diretor de notícias da rádio afirmou ao CPJ que o automóvel de García Escamilla foi incendiado no início de janeiro, em frente à casa da repórter. Gálvez informou que não foi estabelecido o motivo, mas informes da imprensa especularam que era decorrente de seu trabalho jornalístico. García Escamilla apresentou uma denúncia ante o Ministério Público, mas nenhuma medida foi tomada.
O governo federal também se encarregou da investigação do assassinato de Raúl Gibb Guerrero, proprietário e diretor geral do diário La Opinión, de Poza Rica, no estado de Veracruz. Gibb Guerrero foi assassinado em uma embosca perto de sua casa, em 8 de abril.