Fotógrafo é morto a tiros no Equador

Bogotá, Colômbia, 3 de julho de 2012 – O fotógrafo equatoriano Byron Baldeón foi assassinado a tiros no domingo em frente a sua casa em El Triunfo, aproximadamente 60 quilômetros ao norte da cidade de Guayaquil. O fotógrafo havia se tornado testemunha em um processo criminal envolvendo suposta corrupção policial, segundo informações da imprensa.

Baldeón, fotógrafo independente de 31 anos, foi atingido várias vezes à queima-roupa por dois homens armados que estavam em uma motocicleta, de acordo com as reportagens. O médico legista Robert Burbano, responsável pela autopsia, disse a repórteres que havia contado 17 orifícios de entrada e saída de balas. 

Em maio, Baldeón fotografou um caminhão contêiner vazio, abandonado em El Triunfo, do qual foram roubados 400 aparelhos de TV. Suas imagens foram publicadas pelo jornal Extra de Guayaquil, disse ao CPJ o editor do jornal, Peter Aguirre.  

Cinco homens, inclusive três policiais da ativa, foram presos pelo crime pouco tempo depois. Baldeón havia sido intimado pelo Ministério Público e testemunhou duas vezes no caso, de acordo com reportagens. Ivonne Nuñez, juíza titular do caso, disse à rede de TV Teleamazonas: “Ele sempre foi muito sincero, sempre pronto a colaborar”.

Aguirre afirmou que as fotos do caminhão foram as únicas imagens captadas por Baldeón publicadas pelo Extra.

“A cobertura de Byron Baldeón sobre suposta corrupção policial destaca a vital importância do jornalismo local e os riscos potencialmente graves acarretados por este trabalho” disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, sediado em Nova York. “Enviamos nossas condolências à família, amigos e colegas, e pedimos que as autoridades equatorianas investiguem plenamente este crime e levem os responsáveis à justiça”.

El Triunfo está localizada na província de Guayas que, segundo informações da imprensa, possui o maior índice de homicídios do Equador. Entretanto, a violência contra jornalistas é rara no país. Desde que o CPJ começou a registrar assassinatos em 1992, houve um caso documentado de jornalista morto em decorrência direta de seu trabalho:  Julio Augusto García Romero morreu em 2005 após inalar gás lacrimogêneo durante uma manifestação em Quito.

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